PARTE III

RESUMO do IV CONGRESSO IBÉRICO DE TERAPIA FAMILIAR

Permitam-me começar esta última parte do resumo do IV Congresso Ibérico de Terapia Familiar com o tema de apresentação do meu poster “o poder na conjugalidade.” O poder, tantas vezes, associado a uma conotação muito negativa mas que está presente nas mais diversas relações humanas.

Mas que desafios são colocados aos casais na forma como experienciam a conjugalidade? O conceito de poder é complexo e ainda pouco explorado. Nas relações conjugais, o poder é exercido a partir dos discursos, das atitudes e das escolhas que os casais fazem, através das interações, assumindo múltiplas formas, e não apenas a de dominação e a de conflito com o outro. O poder pode ser também partilha, pode ser o foco de negociações, pode ser divisão ou união. Já todos pensamos como vivemos e dividimos o poder nas nossas relações? Que tipos de poder existem? De que forma o poder é exercido? E o poder do amor? Temos investido neste crescimento?

Mas há coisas sobre as quais não temos qualquer poder, não estão sob o nosso controlo. Uma delas é a infertilidade, um simpósio a que assisti e que passo a descrever. Num primeiro momento, pela Filipa Santos, que nos falou sobre todas as questões que a Medicina de Reprodução acarreta para um casal, para uma família.

Como passamos a percepcionar a parentalidade? E a conjugalidade?

Que medos? Que fantasias?

Como é que cada membro do casal vive a infertilidade?

Contar ou não contar à família e aos amigos? E ao próprio filho? E aos possíveis irmãos de relações anteriores?

Como lidar com o insucesso da gravidez?

Neste mesmo sentido, abordamos ainda a preservação da fertilidade feminina na doença oncológica, pela Cláudia Melo. Para além da adaptação ao diagnóstico e à terapêutica, precisamos refletir sobre uma possível infertilidade no futuro e tomar uma decisão de forma muito rápida quando, muitas vezes, ainda estamos em choque.

Quais as motivações para a parentalidade das sobreviventes?

Qual o impacto do diagnóstico de infertilidade na sobrevivência?

Qual o impacto da decisão em relação à preservação da fertilidade na adaptação à sobrevivência?

E quando falamos em rapidez, em mudanças rápidas, não podia deixar de lado as questões da tecnologia e o seu impacto no quotidiano dos casais e das famílias.

Serão as relações amorosas mediadas pela tecnologia?

Como é agora vivido o tempo para jantar? Que espaço ocupam os telemóveis?

O ‘sexting’ será visto como sedutor pelos adultos e como uma forma de impressionar os pares ou de correr riscos por parte dos adolescentes?

Qual o efeito digital na vida das famílias?

Estaremos perante uma nova crise? Uma nova forma de comunicar?

O amor tem tempos de crise, por diferentes motivos. Por vezes em forma de desgaste e rutura, outras tantas como uma nova oportunidade, um novo caminho, um fortalecimento no desenvolvimento.

“O amor precisa ser uma solução, não um problema. Toda a gente me diz: o amor é um problema. Tudo bem. Posso dizer de outro modo: o amor é um problema mas a pessoa amada precisa ser uma solução”. Valter Hugo Mãe

Ler parte I
Lídia Oliveira

Lídia Oliveira

Apaixonada pela Psicologia no geral e pela conjugalidade em particular.

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